ORINSÉ!
Na áfrica, arrumar o cabelo é uma tarefa que só se confia a amigos ou parentes. Por ser um momento de intimidade, é preciso ter cuidado, pois o nas mãos de um inimigo pode se tornar componente de perigoso feitiço ou “poção” (HAIR IN ÁFRICA, Introdução)
Muito antigamente na história das civilizações, a atividade de cabeleireiro era unicamente acompanhada por valores de ordem religiosa ou social. Para exercer essa profissão era necessário aprender a arte de trançar e também era preciso que o espírito de um antepassado ou de um antigo cabeleireiro se manifestasse. Tocar a cabeça, pentear cabelos, organizar esteticamente penteados são atividades tão antigas e tão importantes como as mais notáveis descobertas do homem. A cabeça (é tudo que ela representa) une o mundo contemporâneo á ancestralidade, relaciona as pessoas com os mitos criadores, identifica e distingue povos e sociedades.
Segundo Lody(2004) Cuidar dos cabelos é antes de tudo cuidar da cabeça. É por extensão cuidar da pessoa. Pentear os cabelos é um momento ritualizado de vivenciar tudo o que a cabeça representa para a pessoa e para seu grupo. E, no sentido coletivo é vivenciar o que cada penteado comunica em relação reconhecimento social. Situações especiais da vida como os rituais de passagem, viuvez, casamento e luto são traduzidas nos penteados. E eles são tão esteticamente ricos que toda a potencialidade do belo se canaliza para a cabeça.
Para facilitar a escolha dentre os muitos penteados iorubas, aqui vão alguns significados:
Suku- Tranças que culminam no topo da cabeça.
Koroba-Trança -típica da cultura fulani:São bem fininhas e soltas.
Patwo- Um estilo que lembra os Oni Xangô, filhos do orixá Xangô. São tranças laterais que se unem em uma só no meio da cabeça.
Koju soko- significa “olhando para o marido”.É um penteado para casamento.algumas começam na testa e outras na nuca,fazendo movimentos intercomplemtares.
Kolese- Penteado fúnebre, composto por duas tranças soltas.
Elelo- Fios de cabelos torcidos, compondo diferentes penteados.
Koko- penteado básico, que pode ser usado em crianças a partir de um de idade.
Texto extraído do livro:
LODY,Raul giovanni da Motta.Cabelos de Axé:identidade e resistência.
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